Detecção
Tudo começa com a notificação da existência do foco de incêndio e a pronta mobilização da brigada. O tempo entre a detecção e a chegada da brigada no foco para avaliação e primeiro ataque é denominado Tempo de Resposta. Quanto menor esse tempo, mais facilmente o incêndio será controlado.
Reconhecimento e Planejamento de Ação
Hora de avaliar a situação e tomar as primeiras medidas necessárias para o controle. Será necessário reforço? Quais são as prioridades – casas, áreas de proteção, curral, pastagem? Qual o melhor acesso – estrada ou trilha?
Assim, identificamos o foco e suas principais características, comunicamos e traçamos nosso plano de ação – estratégia e método de combate.
*Nos incêndios florestais de maiores proporções, instauramos o SCO – Sistema de Comando em Operações.
Controle
O Primeiro Ataque, com o objetivo de impedir o avanço da frente principal do incêndio, nessa ação rápida e imediata, utilizamos os recursos disponíveis neste primeiro momento. Protegemos as principais ameaças detectadas e vamos avançando progressivamente sobre a linha de fogo. No desenrolar do primeiro ataque devemos estar atentos as alterações imprevistas dos fatores que influenciam o comportamento do fogo para possibilitar ajustes na estratégia e tática utilizadas.
Em continuidade ao primeiro ataque, seguimos controlando as linhas do foco em expansão. Nem sempre é possível ou necessário avançar por todo perímetro afetado, mas para cada linha controlada, ancoramos os pontos em zonas seguras – barreiras naturais, tais como: riachos, montes de rochas e etc, ou artificiais, tais como: estradas, açudes, caminhos, aceiros ou até mesmo áreas já queimadas anteriormente.
A linha de controle pode ser instalada de acordo com especificações variadas, por meio de diferentes métodos e empregando recursos diversos. Tudo isso dependerá das condições do lugar, comportamento do fogo, quantidade e preparação do pessoal e equipamentos disponíveis.
Rescaldo
É talvez, a parte mais importante do controle e consiste na eliminação dos focos incandescentes que permanecem dentro do setor afetado pelo incêndio, de maneira que se possa eliminar completamente as brasas persistentes e garantir que o fogo não reacenda e se propague para a vegetação não queimada. Teoricamente estabelece-se que a extinção começa após o controle; entretanto, essa tarefa pode começar simultaneamente, dependendo da disponibilidade de recursos e da localização dos focos.
Por outra parte, nos terrenos com possibilidades de propagação de incêndios subterrâneos ou de serapilheira, a exigência da extinção deve ser total. A extinção é uma tarefa pesada, muito tediosa e que consome muito tempo - às vezes mais de 50% do total da duração do incêndio. Executa-se por meio de diversas ações específicas, como ampliar a largura da raspagem do solo mineral nas linhas de controle, estabelecendo linhas intermediárias, removendo e trasladando materiais, cobrindo com terra, derrubando árvores queimadas, etc.
É preciso atenção especial a essa fase, em muitos casos, o rescaldo mal feito implica na perda de todo o serviço, causando a reignição e nova mobilização!
Patrulhamento Final
É a observação da área queimada para garantia da extinção do foco. Como seu nome indica, consiste no acompanhamento do setor afetado pelo incêndio, já extinto, de maneira a detectar todos aqueles focos ativos que ainda existem para evitar que reacendam.
É a última medida de segurança considerada no controle do incêndio (debelado) e deve ser especialmente cuidadosa em terrenos irregulares, em locais com grande acúmulo de combustível acamado no solo ou quando estão presentes ventos fortes afetando o setor.
Desmobilização
Muitas vezes, por se tratar do encerramento da operação, é dada pouca importância à desmobilização, o que consiste em grave erro, resultando em sérios desgastes à brigada. Devemos ressaltar a importância de garantir o retorno de toda a equipe aos seus locais de origem, bem como a conferência, a limpeza e o recolhimento de todos os materiais e equipamentos utilizados. A equipe também pode aproveitar este momento para uma breve avaliação das estratégias e as técnicas utilizadas, de forma que fortaleça os acertos e corrija os erros. Nessa etapa não podemos esquecer que a brigada deve estar sempre pronta para o próximo combate, que pode, até mesmo, ocorrer na sequência.
Para a eficiência do controle é fundamental:
- Treinamento;
- Condicionamento físico;
- Conhecimento da área de atuação;
- Qualidade das ferramentas e dos equipamentos;
- Habilidade do uso adequado dos matériais;
- Rapidez no acionamento;
- Tempo até a primeira avaliação;
- Estratégia de ataque;
- Deslocamento;
- Controle;
- Rescaldo;
- Desmobilização;